sábado, julho 10, 2010

num momento

o monumento ao minuto

desmoronou o memento

sábado, julho 03, 2010

sábado, junho 12, 2010

terça-feira, junho 08, 2010

sábado, junho 05, 2010




Criar novas maneiras de dizer o mesmo sem se repetir é tão manjado...

sexta-feira, junho 04, 2010

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chuva gélida

cinza e insípida tarde

finda o outono


.

quinta-feira, junho 03, 2010

isso aí

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quanto tempo vive uma gata?

o tamanho da lua, fosse menor, nem seríamos

cinismo não brinda ninguém com a vida

as delícias de existir devem ser para sempre

estrelas, bactérias, colibris e brisa

e tudo o que mais há

o perfeito é preciso


.

sábado, maio 29, 2010

A Transformação

Aos olhos dela, os defeitos que ele tem não são dele, e isso o transforma, enfim, em si mesmo.

quarta-feira, maio 26, 2010

a fabulosa tabulação

.


.uma

..sí-

...la-

....ba

.....de

......uma

.......fábula

........nenhum

.........rábula

..........tabula


.

terça-feira, maio 25, 2010

.


um bom sono

sonho que não posso sonhar

por causa da insônia...


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sábado, maio 22, 2010

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o enterro da morte

seu túmulo sem flores

nem sequer se achará

quarta-feira, maio 19, 2010

passatempo

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lua sorrindo sobre o inverno

a gata afia as garras no sofá infalível

palavras em busca de algum sentido

a musa me espiona sobre os ombros

(que não carregam o mundo mais)

tem uns dia que gente bem poderia

emoldurar ou tocar um replay vez em quando

um gole de vinho

a janta, uma extensão do almoço-delícia

é hora de dar folga pros dedos e neurônios

e deixar o cérebro brindar o olfato

e as papilas gustativas

terça-feira, maio 18, 2010

crisálida grisalha

de galho em galho

a gralha mergulha

sábado, maio 15, 2010

vá catar-se!


às palavras

não

não

as palavras

nunca dancei tango

ou bolero

boleiro fui pouco

goleiro, por gosto

o grito da massas

só quando dentava

o nhoque da minha vó

e hoje este inverno

nos meus ossos

minhas lá grimas

um grimpeirinho eu fora

por dentro

por aí

teria tanta saudade

sanidade que me sobra

restos de migalhas

de milhares de dolores

dos lares nunca dante

nunca li

ter atura

pedra

vidro

aço inox

papel

tesoura

meu tesouro

é o teu colo

e me calo

segunda-feira, maio 03, 2010

Prólogo

Prefiro as estrelas e a

lua com seus brilhares.

A realidade é o que está

um passo além, ali mesmo.

Esperando, esperando, desde

sempre a eternidade começar...

quarta-feira, abril 28, 2010

alfarrábios




nos velhos cadernos

me acho novo

fresco em folha

pujante

invencível

inigualável

imarcescível

com uma leveza tão densa

que me afunda em lágrimas

quinta-feira, abril 22, 2010

achado




do caminhão da mudança para o mundo

nadículas

uma partícula de mim

ou de nada


obrigado


volto sempre

às mesmas palavras



os sentimentos

um minuto de silício

meu soft... where?

quarta-feira, março 31, 2010

VOLTA À ETERNIDADE


A lua brilha novamente,

observa tudo e nada esquece.

Nem daquela noite, tempos atrás,

em que o universo começou

a voltar aos eixos.

segunda-feira, março 29, 2010

domingo, março 28, 2010

FÁBRICA



Fabrico um silêncio a partir da sombra.

Que podem os poemas contra tanta prosa?

Nem tento responder e já sei.

Pobre palavra que não brinca e apanha.

segunda-feira, março 22, 2010

VOAZUL

A tarde mordia a orelha da noite.

"Ali terei sossego!", a borboleta a

abandonar a balbúrdia.

E tempera o azul que se azumbra.



sexta-feira, março 19, 2010

CAPOTAMENTO

Ao invés de ver a vida se esvair, Ivair reviu-a.

É hoje um novo homem, saciado de futuros.



Quando chegar numa rotatória, dê a preferência a quem estiver rodando.


sábado, março 13, 2010

BUSCA EM FIM

O grande escritor estava deserto.

Seus olhos procuravam ao longe a resposta.

A aridez das suas idéias faz tudo à volta refletir.

Por quê?, dizia em silêncio.

Seus olhos dissolvendo tudo em que passavam.

Como nada achasse, desligou-se.

Foi dormir.

Apagou a luz.

E tudo ficou claro.